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Identidade visual, sinalização e catálogo para a exposição Karingana, ocorrida no Sesc Bom Retiro, sob curadoria de Ananda Luz, a mostra é um recorte da produção de ilustradores negros e negras que se dedicam a ilustração e ao livro ilustrado para as infâncias.

My Name Is Will
Direção criativa: Will Nunes
Design gráfico e Ilustrações: Will Nunes e Rodrigo Andrade

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Visual identity, signage, and catalog for the Karingana exhibition held at Sesc Bom Retiro, curated by Ananda Luz. The exhibition showcases a selection of works by Black illustrators dedicated to illustration and illustrated books for children.





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Como criar um design que se relacione com ilustrações tão potentes e cheias de significados narrativos e imagéticos?

Foi esse desafio que recebemos para interpretar. O percurso de cada diálogo e as trocas de referências nas quais buscávamos refletir e compreender sobre o todo, sobre a importância das identidades que constituem os povos africanos em um dos países com mais pessoas negras fora da África, nos levaram por um caminho de encontro com a riqueza cultural e visual dos símbolos Adinkras, uma resposta ao desafio que se estabeleceu nos conceitos de ancestralidade e de potência.

Os Adinkras são ideogramas, um dos muitos sistemas de escrita do continente africano, usados pelos povos de língua acã, presentes principalmente na África Ocidental, em destaque entre os Ashanti, no país Gana. No Brasil, ao vasculharmos nossas memórias de infância e vivências do cotidiano, nos encontramos com a Sankofa, representado em formato de coração, nos portões de ferro de muitas casas, e que ainda hoje pode ser observado. O Sankofa, o primeiro ideograma que usamos como ponto de partida, que também pode ser representado por um pássaro olhando para trás, significa “nunca é tarde para voltar e apanhar o que ficou atrás”. Um movimento de referenciar o passado, acessar os saberes ancestrais, para que, no hoje, possamos construir o futuro.

Com a intenção de fazer crescer a força estética dos Adrinkras, nos apropriamos de alguns desses símbolos para desenvolver uma linguagem visual que respeita a rica plasticidade da sua forma e reinterpretamos com uma nova voz, adicionando à sua expressão visual uma camada de ludicidade e imaginação, como a de uma criança que rabisca e cria o seu próprio desenho de Adinkra. Essa liberdade nas apropriações resultou também em uma linguagem vibrante, divertida e acessível para crianças e adultos.

A identidade visual da exposição, representa um reconhecimento do legado da sabedoria dos Adinkras e abre mais um espaço dentro do campo das artes visuais e do design, para que outros artistas negres possam continuar com novas apropriações, dando forma às suas vozes que se conectam a tantas outras vozes que já vieram, virão e o mantém vivo.






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