PEQUENO PAÍS, Gaël Faye - 2023
Projeto gráfico e capa do livro “Pequeno País”, de Gaël Faye, lançado pela editora Carambaia. A obra é uma potente história que retoma as memórias de uma criança para discutir um dos eventos mais traumáticos do século XX: o genocídio de Ruanda. Com mais de 1 milhão de exemplares vendidos na França, “Pequeno país” é ambientado no momento da eclosão de uma guerra civil entre os tutsis e os hutus, conflito que, em Ruanda, culminou no genocídio de quase 1 milhão de pessoas.
A direção visual de Pequeno País parte da essência da obra: um relato de memórias fragmentadas da infância em meio ao colapso político e humano do genocídio de Ruanda. O desafio da capa foi representar visualmente um território em ruína — mas filtrado pela subjetividade de uma criança que observa o mundo enquanto ele se desfaz.
A direção visual de Pequeno País parte da essência da obra: um relato de memórias fragmentadas da infância em meio ao colapso político e humano do genocídio de Ruanda. O desafio da capa foi representar visualmente um território em ruína — mas filtrado pela subjetividade de uma criança que observa o mundo enquanto ele se desfaz.
A composição gráfica foi construída a partir de blocos geométricos, sobrepostos e justapostos como peças de um mosaico afetivo. Cada retângulo representa uma memória, um fragmento de paisagem ou uma tentativa de reorganizar o passado desfeito. O conjunto forma um "pequeno país" — ora estável, ora em desequilíbrio — que sintetiza o fio condutor do romance.
Imagens: Nino Andres
A opção por uma solução não ilustrativa foi central ao projeto: a capa não pretende descrever o conflito, mas sim sugerir a estrutura psíquica da memória em reconstrução.
Trata-se de uma tradução visual sensível e contida de um tema de extrema violência, respeitando a densidade do romance e ampliando sua potência poética. O projeto buscou fugir dos estereótipos gráficos frequentemente associados a narrativas africanas ou de guerra, apostando em uma linguagem universal de abstração, cor e forma.
Trata-se de uma tradução visual sensível e contida de um tema de extrema violência, respeitando a densidade do romance e ampliando sua potência poética. O projeto buscou fugir dos estereótipos gráficos frequentemente associados a narrativas africanas ou de guerra, apostando em uma linguagem universal de abstração, cor e forma.